Quintal da Anita, aqui se aprende fazendo
- Professora Juliana
- 13 de ago. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 22 de ago. de 2019
Uma criança deve ser criança ao brincar na terra, pular na lama, aprender com o vento e correr na grama. Ao olhar para uma criança temos como palavra principal o movimento, que contempla o físico e o cognitivo de nossos alunos, os quais aprendem por meio de suas experimentações, tendo como obstáculos o próprio ciclo da vida. Por sua vez, Ignacio (2014) coloca que o caráter da criança é formado dentro da primeira infância, sendo a vida adulta um reflexo das vivencias adquiridas neste primeiro momento,
“A existência de qualidade humanas como coragem, perseverança, confiança etc., se devem as circunstâncias nas quais aprendemos a andar, falar e pensar no começo de nossas vidas” (Ignacio, 2014).
Tendo em vista esse pensamento nossa escola é adaptada fisicamente visando a autonomia das crianças, juntamente a nossa rotina, abordando uma metodologia própria que chamamos de metodologia do fazer. Ela integra a principal ideia de Maria Montessori, onde aqui se aprende fazendo, trazendo a autonomia da vida prática de nossos alunos, como comer com o garfo, jogar o lixo no lixo, trocar sua própria roupa, entre outras atividades cotidianas que a vida no seu dia a dia mostra por si só sua necessidade.

Dentro dessa pedagogia utilizamos o que chamamos de apresentação ao novo – de Freinet, adaptando suas ideias principais a educação infantil. Nela buscamos o conhecimento por meio do interesse significativo de nossos alunos, em aulas práticas e vivas, pois enxergamos nossas crianças como pequenos cientistas. As atividades são desenvolvidas por meio de projetos semanais com envolvimento de toda a escola e professoras, tendo por sua vez seu fechamento com o livro da vida. Vindo de acordo com este pensamento Madalena Freire (2007, p.29) coloca que “é importante ressaltar que é através da ação, do testar, do usar suas capacidades, que o pensamento se desenvolve”.
Fechando este tripé de desenvolvimento olhamos para Steiner o fundador dos estudos da antroposofia. Steiner coloca a importância do tempo de cada criança onde cada uma é única em nosso meio, vindo de um lugar com necessidades especificas, para que possa assim enfrentar e superar a si mesma em seu autoconhecimento. Tendo dentro deste pensamento as artes como um condutor para esta relação de introspecção e mundo, sendo assim a música e a arte possibilitam “a formação integral das crianças de hoje” (Brito, 2003, p. 46), a autora educadora musical, vindo do mesmo pensamento de Steiner completa,
“Falar sobre música, sobre sua presença na vida das crianças e na educação infantil, apontando para sua indispensável contribuição à formação de seres humanos sensíveis, criativos e reflexivos.” (Brito, 2003, 12 ).
Contudo a escola Quintal da Anita vem por meio de uma inovação metodológica onde as crianças por direito de serem crianças aprendem por meio de seus fazeres, tendo o exemplo de seus professores como um guia condutor desta jornada, que os propicia e auxilia na compreensão do seu próprio ser, o respeito ao próximo, as necessidades em sua vida prática e as experimentações do mundo. Sendo assim, Coll (1998) coloca que a escola tendo o guia de intervenção o professor, tem por finalidade contribuir para que “o aluno desenvolva as capacidades de realizar aprendizagens significativas por si mesmo [...] e que aprenda a aprender” (Coll, 1998, p. 179).
Cool, C. Os conteúdos na reforma – Ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Cesár Coll, Juan Ignacio Pozo, Barnabé Sarabia e Enric Valls. Trad. Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
Freire, Madalena. A paixão de conhecer o mundo: relato de uma professora / Madalena Freire Weffort. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
Ignácio, Renate Keller. Criança Querida : o dia a dia da educação infantil / Renato Keller Ignáio. –3.ed. atual. – São Paulo : Antroposofia : Associação Comunitária Monte Azul, 2014. – (Criança Querida)
Teca Alencar de Brito. Música na educação infantil / Teca Alencar de Brito ; [fotos Michele Mifano]. – São Paulo : Peirópolis, 2003.

Adorei. Parabéns Juliana! Texto muito bom!!
Ótimo texto, a pedagogia da escola é encantadora!